quarta-feira, 29 de junho de 2011

A minha" não reforma" não "restauração"

Desabafo da Igrejinha.
Há quase um ano atrás, depois de ficar anos esquecida, graças a um grupo de pessoas, que com coragem, desprendimento e sem verba alguma, resolveram  me olhar com outros olhos.
Todos me admiram, me acham linda, histórica, mas não são todos que me respeitam.
O grupo formado por donas de casa, comerciantes, moradores da minha vizinhança, filhos da terra que estão em outros locais, compadeceram-se de mim e me mandaram areia, barro para sarar minhas feridas. Ferro para sustentar meu esqueleto. Trocaram todas as minhas costelas e puseram um novo telhado na minha metade, lavaram meu chão cheio de dejetos de gente e de animais.
Foi uma época de grande alegria, ver meu povo unido, trazendo pregos, lanche para os trabalhadores.
As doações apareciam do nada. Nunca nenhum trabalhador deixou de levar o fruto do seu trabalho para casa no final de semana.
Não estava ainda bonita, mas o serviço era bem feito e havia amor.
Era o sonho de muita gente me ver novamente em pleno funcionamento. Sonho que não será visto pelo Belim, que tantas vezes emprestou o carrinho de mão, que doou o que pode, que torcia pela minha recuperação. Também não me verá pronta outro grande colaborador, que morava aqui do lado, Sr. Tarcísio.
Vocês não sabem, mas eu sei, como era de coração que me doavam. Sei que muitas vezes a doação saía de alguma economia guardada há muito tempo, outras vezes, do pouco conforto que ainda restavam para alguns.
Quantos olhos vi brilhando e com que alegria vi o Padre Raimundo Nonato, depois de muita resistência, aderir ao movimento, repassar verbas, vir olhar, dar sugestões.
O dia mais feliz foi quando, após a reforma do meu telhado e consertos mais urgentes, vi meu sino tocar, vi meu pátio ser lavado, com afeto, com devoção.
Ao cair da tarde, entre o cruzeiro, velho companheiro, e a entrada principal, foi celebrada uma missa de agradecimento. Me emocionei vendo o quanto sou querida.
Depois, também fiquei feliz quando soube que seria finalmente   restaurada. Então a equipe mudou. Vi o valor da verba e pensei que ficaria impecável, não que eu seja vaidosa, mas porque são séculos entre uma reforma e outra.
Apareceram pessoas diferentes, falando em cifras muito altas. Vi muita  ganância  e fiquei com o pé atrás. Qual seria o real interesse: me restaurar ou me usar?
Meus escudeiros foram afastados. O padre foi enganado assim como muitos outros que tanto lutaram pela restauração.
Depois de posse da verba, tamparam algumas feridas, colocram esparadrapos nas minhas colunas, lixaram algumas das minhas linhas infestadas de cupim. Arrancaram meu piso. Fico aqui só olhando, passiva, vendo que nem é restauração e nem reforma. Restauração é minuciosa,- leva tempo.Exige mão de obra qualificada. Só aparece um restaurador de vez em quando, pinta alguma coisa e vai embora. Acho que até ele está decepcionado. Quer fazer o trabalho bem feito, mas não encontra amparo.
Os outros trabalhadores que aqui aparecem, dois ou três, andam tristes, reclamam que não recebem o pagamento, que tudo atrasa.
Continuo sendo atacada por cupins, e já minha balaustrada já está  sendo lixada. Estou cheia de tábuas soltas, velhas, ressecadas, que vão cair a qualquer hora. Começaram a me pinta. Tem uma coisa que gostei.O azul  da madeira é lindo.
 No chão, poucas ripas e linhas, nada de madeira boa. Já vi também o tijolo que chegou para o piso e achei de péssima qualidade.
No meu altar, continua a Mãe de Deus, calada, orando, pedindo a Deus,  que toque o coração dos que podem fazer, mas não fazem como deve ser feito.
Tenho servido para a mídia, que parece cega. Cegos estão muitos, ou será fingimento, porque assim fica mais fácil?
Se você não acredita em mim, venha me ver. Estou aqui, abrigando vira-latas, sendo usada para desvio de verba e enganação dos fracos.
Alguns acham que é melhor assim do que nada. Eu não penso assim. Se tem verba, se o povo quer sua igrejinha de volta, por que não fazer bem feito?
Padre Raimundo, AFAI, povo do Ipu, venham fiscalizar antes que me caiem, me iluminem e façam uma grande inauguração.
Tem olhos que enxergam o que se passa no coração.
Deus abençôe a todos os ipuenses, até os que enganam e aos que se deixam enganar.
ass: Igrejinha

terça-feira, 28 de junho de 2011

sexta-feira, 24 de junho de 2011

show de inauguração da igrejinha

Especula-se que será no valor de  R$160,000,00 o show(missa ) com o Padre Fábio de Melo.
Seria Maravilhoso uma missa com o Padre Fábio de Melo e uma inauguração da nossa querida igrejinha, se realmente ela ficasse bem restaurada. Mas com tantas  famílias dos funcionários da prefeitura sem terem dinheiro nem para pagar a taxa de iluminação, comprando comida para pagar depois, pois a maioria  não recebe salário há dois meses ,e com nossas  ruas esburacadas e pracinhas mal cuidadas, nossas crianças sem  merenda nas escolas, isso chega a ser ultrajante.
Sem contar com a reforma faz de conta.
É triste. real e não há nada a ser feito, mas bater palmas para essa hipocrisia eu não bato.
Quando for na semana do município, haverá festa, circo, pão e cal para caiar as calçadas.
Uma semana depois, tudo voltará a ser o que é, e nós ipuenses nos acomodaremos, como sapos cozidos em banho maria.

domingo, 19 de junho de 2011

È TRISTE.

Novamente as crianças da rede municipal estão sem merenda.
As mães não denunciam porque simplesmente não sabem mais a quem denunciar.
Quando os encarregados escutam falar em fiscalização mandam um saquinho de qualquer coisa ou merenda para uma semana ou duas. Depois é só fome.
Estamos apenas com um Promotor respondendo, que vem aqui uma vez na semana, isso há mais de seis meses.
Se vc sabe a quem recorrer, recorra, porque a única coisa que posso fazer é dizer quando não há merenda. Merenda escolar é Lei. De todos os roubos, este é o mais vil. Não me calo diante deste tipo de imoralidade.
Senhores veredores, defendam nossas crianças, ou será que vcs também estão querendo o pão delas?
Não venham mentir dizendo que tem merenda. Chega de demagogia. Ipuense burro e acomodado já era.

terça-feira, 14 de junho de 2011

fotos

14.06.2011












SERÁ QUE VAI DAR TEMPO?

hoje, 14 de junho de 2011, visitei mais uma vez a reforma(restauração)igrejinha.
Só havia três homens trabalhando. Perguntei se havia mais alguém e um dos trabalhadores disse que eles tinham ido trabalhar numa creche da prefeitura.
Como vocês podem ver nas fotos que  seguem, não existe equipamento nenhum da empresa construmix. Os andaimes são improvisados e de péssima qualidade, com tábuas moles e não existe segurança para os trabalhadores. Eles também não usam botas, luvas ou capacetes.
No chão, poucos caibros de madeira nativa, que não correspondem a um décimo da real necessidade.
Só as rachaduras estão sendo consertadas. Não sei como vão justificar o gasto de tanto dinheiro e como vão terminar a obra no prazo previsto (02/08).
Mas já estão pintando. Cal e nada mais.
Lá se vão mais ¨601,000,00 ladeira abaixo.  Virando comida para cupins.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Cal e nada mais

Estão caiando a igrejinha. Sem lixar, sem retoques e sem massa. Apenas supercal.
Na frente tem uma placa com o valor da obra. R$600.000,00 e mais alguma coisa.
Até agora, não trocaram uma ripa de madeira podre do teto. Não destelharam e nem trocaram telhas quebradas.
Na reunião que houve na igrejinha entre o Padre, o prefeito, Afai e a comissão do Iphan, ficou estipulado que a obra seria fiscalizada pela Afai e pelo padre.
Até hoje não foi prestado conta de absolutamente nada. È como se averba fosse um presente do prefeito e por esse motivo, ele e a empresa contratada, com vasta experiência e know how em  restauração fossem absolutos.
Se na metade da igreja, trocando toda a madeira, as telhas e fazendo reparos, foi gasto apenas pouco mais de R$16.000,00, imagine o que se pode fazer com R$600,000,00. .
Onde está a fiscalização do padre Nonato e da Afai. Estão com medo de quem?  Será que estão acreditando que tudo está nos conformes? Deus tá vendo.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

pintura da igrejinha

É estranho, mas é verdade. Já começaram a pintar a igrejinha. Não tem piso, nem portas, nem terminaram de fazer as rachaduras, mas já começaram a pintar.
Não sei explicar o porquê, mas se alguém que entenda do assunto souber, por favor, comente e eu publico.
A igrejinha está tal e qual as úlimas fotos postadas. No máximo, são 3 ou 4 homens trabalhando.