Coincidência ou não, as inaugurações começaram justamente no ano das eleições. Maior coincidência ainda é que tudo é inaugurado no dia 15. Foi assim com o restaurante da bica, da pracinha das flores e provalmente será assim com com a igrejinha, pois o prefeito disse na rádio que a igrejinha seria inaugurada no dia 15 de maio.
E assim, mesmo sendo vedado por lei, a propaganda política corre solta. è 15, é 15, é 15.
Ipu, pobre terra de Iracema, sem lei, sem fiscalização.
A lei aqui é a do REI.
Rei de barriga cheia, arrotando grandeza.
Pobre súditos atrelados à educação, aos empregos cabide, com salários sempre atrasados.
Terra de gente sem coragem, que ficam calados vendo hospitais e clínicas serem fechadas. Povo que trabalha sem receber.
Aqui, só cresce a ganância.
Tudo que estava parado será concluído. Mal concluído.
Será que as pessoas que deram um abraço na estação, como se ela tivesse sido restaurada, não estão hoje envergonhadas? Abraçaram uma obra superfaturada, com janelas de plástico. Ridiculamente reformada. Jamais restaurada.
No Ipu, por enquanto, a corte de bobos se diverte. Há inversão do papel de bobo.
Poucos súditos não são bobos.
Dessa minoria pouquíssimos ainda lutam.
Minha luta é por um Ipu melhor. Um atendimento mais digno em todas as áreas; um povo mais livre; comida nas escolas; salários em dia; ruas limpas- não só nos dias de festa e inaugurações; povo feliz e sem medo.
Pode ser utopia, mas uma coisa é se ter cartaz para arranjar verbas e outra é confundir verbas públicas com seu próprio dinheiro.
Até quando?
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