De grão em grão, enchemos um bagageiro de brinquedos. Tinha bola, boneca, trenzinho, Batman, peão, bola de gude, panelinhas.
Tinha também um punhado de sonhos agregados às dezenas de mãos solidárias que se uniram para juntar e depois para distribuir... Distribuir sonhos onde a miséria prevalece, quer seja pela preguiça, quer seja pela falta de oportunidade.
Assim como na multiplicação dos pães, houve a multiplicação das pizzas do Fornalha. E a melhor pizza da cidade foi entregue em domicílio. No chão de barro, na rua onde os trilhos cortam o chão. E apesar da multidão, sobrou pizza.
Até o céu se coloriu e enviou um arco-íris numa espécie de boas vindas a um magro e elegante Papai Noel, que surgiu no meio dos trilhos empoeirados, para distribuir alegria e abraços.
O bazar de coisas usadas, descartadas pelo consumismo de nossa sociedade, foi disputado, como uma mega liquidação na Times Square às vésperas do natal. Ah, aquele bichinho de pelúcia, só um pouco desbotadinho, foi agarrado com tanto carinho. E o sorriso de meninos com carrinho de plástico, que nem de longe sonham com os tablets que afastam a infância para tão longe.
Graças a você que doou, que não ficou só na boa intenção, que foi lá ajudar, que decorou os cestos pedindo doações, as 100 crianças do Corte e os 56 filhos dos detentos não ficaram sem presentes, embora o mais importante do Natal não sejam os presentes, mas, de qualquer forma, é uma maneira de praticar o que ELE ensinou.
três coisas me chamaram atenção nesta campanha: 1) o único cesto que voltou sem nehum brinquedo foi o cesto da igrejinha (um local de oração) (os fiéis rezam mas não praticam?; 2) foi colocado junto ao cardápio do Fornalha um pedido de doação de uma fatia de pizza ou uma pizza para ser distribuída às crianças, mas as famílias que ali comem pizza regularmente, que vão lá três quatro vezes no mês, não doaram uma fatia sequer, apenas os donos da pizzaria colaboraram; 3) os brinquedos brotaram de doações espontâneas, de pessoas que ligavam ou iam deixar os briquedos, ou pagavam as pizzas, os refrigerantes, os doces, e tudo foi se encaixando, dando certo.
Obrigada a você que teve boa vontade e partiu para a ação. DEUS está tão perto, e nem sempre é limpo, rico, conveniente.
Feliz ano novo a todos os que pensam diferente e a todos que pensam igual também.
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